‘Protetor’ de crianças, João Marcus Luz nunca se revoltou com pastores presos por estupro no Acre
Por Marcos Dione, do Notícia Imediata
O suplente de vereador de Rio Branco que saiu fracassado nas eleições desde ano, João Marcus Luz (PL), que se autointitula protetor das crianças e foi autor do Projeto de Lei que visa proibir a participação delas na Marcha do Orgulho LGBT+, nunca abordou em seus discursos preocupação com o crescente números de pastores presos por assédio e estupro de crianças no Acre.
Um breve levantamento realizado pelo Notícia Imediata apontou que em dois anos, pelo menos 15 pastores evangélicos foram presos pela prática de crimes sexuais contra crianças no estado. Neste mesmo período, nenhum homossexual assumido foi preso pela prática criminosa.
Em um dos casos que chocaram a sociedade e teve inclusive repercussão nacional, o diácono da Assembleia de Deus de Sena Madureira, no interior do Acre, foi preso por estuprar a namorada do filho. Em outra ocorrência revoltante, outro pastor foi preso por estuprar pelo menos 9 crianças, fato que aconteceu em Manoel Urbano, também no interior, em setembro desde ano.
Mesmo com ampla divulgação na imprensa local e nacional, o político da extrema direita e bolsonarista que diz defender crianças nunca citou os casos em seus discursos na Câmara de Vereadores de Rio Branco, usando boa parte deles apenas para atacar a comunidade LGBT+.
Em publicação recente em suas redes sociais João Luz escreveu que: “Nem elogio nem crítica vai me impedir de fazer meu dever de proteger as crianças. Aliás, a Constituição diz no artigo 277 que é dever dos pais pais, do estado e da sociedade a proteção das nossas crianças”.