Pacientes celebram volta dos transplantes de rim na Fundhacre; ‘vai tirar muitas pessoas do sofrimento’
Agência de Notícias do Acre
A Saúde do Acre conquistou um feito significativo nesta semana, com a habilitação para transplantes de rim na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), concedida pelo Ministério da Saúde. Celebrada pelo governo e servidores, a notícia é comemorada ainda mais por aqueles que precisam da cirurgia, em busca de melhor qualidade de vida.
É o caso de Pedro Saraiva, de 66 anos. Natural de Feijó, tem indicação para receber um novo rim. “Eu venho com um problema já há muito tempo. Tive uma síndrome nefrótica, que foi consumindo meu rim e, de lá para cá, tive vários problemas. A minha qualidade de vida hoje, em termos de saúde, não é muito boa. Quando soube da notícia [que a Fundhacre voltaria a realizar transplantes de rim], fiquei feliz, porque sou uma pessoa que já vivi em dúvida, né? Como é que eu vou sobreviver a isso? E agora, com essa esperança que vem para cá, fica mais fácil. Vou torcer que dê tudo certo”, almeja.
Quem também celebrou a retomada dos transplantes de rim na Fundhacre foi José Luiz da Silva, de 49 anos. Ele recebeu um novo rim em 2019 e, de lá para cá, conta, sua vida foi transformada.
“Não tenho nem palavras para agradecer o quanto mudou a minha vida. Essa é a expectativa de todos aqueles que têm problema, né? Antes a minha vida era saudável, de trabalho na roça, mas, a partir do momento que comecei a ter problema renal, que eu vim pro transplante, então praticamente a metade do que eu fazia foi embora. E depois uma terça parte, daí, enfim, só me debilitando dia após dia. Muitas vezes, quando você vem pra hemodiálise, não sabe quando volta, porque você tem queda de pressão e outras coisas que acontecem. Todo mundo que faz sabe o que acontece. E a questão de mudança de vida depois de um transplante, meu Deus do céu, é uma vida nova”, relata.
Testemunha viva do sucesso dos transplantes realizados no Acre, José Luiz reforça sua gratidão e deixa uma mensagem de confiança. “A palavra para essa história é gratidão; gratidão pela vida, gratidão pela família, gratidão pelos amigos, pelo trabalho, enfim, gratidão por tudo. [Aos que vão entrar na fila] é continuar agradecendo a Deus, continuar com essa esperança e só gratidão às pessoas que se sensibilizaram para que esse transplante voltasse, porque vai tirar muitas pessoas do sofrimento”, avalia o paciente.
A partir da habilitação, a expectativa é de que os transplantes de rim na Fundhacre passem a ser realizados em, aproximadamente, dois meses, respeitando os trâmites burocráticos, bem como a preparação dos pacientes. A estimativa é de que cerca de 162 pessoas sejam contempladas inicialmente, considerando a média de 540 pacientes que passam por diálise no Estado.
Atualmente, a Fundhacre realiza transplantes de córnea e fígado. Até o momento já foram realizados 96 transplantes renais (a Fundhacre teve habilitação para o procedimento entre 2005 e 2019), 327 transplantes de córnea e 86 transplantes hepáticos, totalizando de 509 procedimentos.