Bolsonaristas presos por atos antidemocráticos também podem ser afetados pelo veto das saidinhas
Redação Notícia Imediata
A Defensoria Pública da União (DPU) adiverteu deputados e senadores que queriam derrubar o veto, boa parte da oposição, de que a decisão coloca em risco quem foi condenado antes da aprovação da lei.
O chefe da Defensoria, Leonardo Magalhães, explicou que o veto serve justamente para proteger o direito das saidinhas para os presos que não cometeram crime de violência grave contra pessoas, como aqueles condenados nos ataques antidemocráticos de depredação do patrimônio público.
“A nova lei, que restringe o direito à saída temporária, se aplica aos casos anteriores porque os requisitos são analisados no momento do deferimento pelo juiz. O Supremo Tribunal Federal tem entendimento consolidado de que não há direito adquirido a regime jurídico”, argumenta Magalhães.
“Assim, mesmo nos casos que não evolveram violência ou grave ameaça à pessoa praticados pelos condenados pelos atos do 8/1, por exemplo, seriam afetados caso não se mantenha o veto ao projeto de reforma da lei de execução. Aplica-se a todos os condenados indistintamente”, disse.
Mudanças em leis penais, normalmente, não podem alcançar casos anteriores se forem para prejudicar o condenado. Mas, nesta discussão, há quem veja a Lei da Saidinha como uma norma processual, sem impacto no cálculo ou formato de pena. Por isso, seria atemporal.
A DPU fez uma nota técnica sobre a possível retroatividade da norma e encaminhou para gabinetes de parlamentares. Com informações da CNN.