Travesti acreana passa em 1º lugar em mestrado na UFBA e comemora: “travestis podem e devem ocupar novos espaços’

Reportagem de Vitor Paiva

Travesti acreana passa em 1º lugar em mestrado na UFBA e comemora: “travestis podem e devem ocupar novos espaços’
Publicado em 27/12/2023 às 18:38

A professora universitária substituta, da Universidade Federal do Acre (Ufac), Zima Nzinga, 25 anos, comemora mais uma importante conquista profissional e pessoal, com a aprovação, em primeiro lugar, no programa de mestrado da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O tema de sua pesquisa são os estudos étnicos e africanos, mais especificamente sobre o escritor negro Adão Ventura e sua poética diaspórica. Entretanto, para além de seu trabalho acadêmico, Nzinga reconhece o quão representativo sua trajetória pode ser para outras pessoas, como ela, que são transexuais ou travestis.

“Fiquei imensamente feliz com a aprovação, mais ainda por ter sido em primeiro lugar. Não esperava essa colocação, pois estava concorrendo com pessoas de outros lugares do Brasil e até outros países. Acredito que ser a única travesti dentro do processo seletivo e ser aprovada evidencia o quão possível e real podem ser determinadas realizações. Espero que, a partir dessa aprovação, outras saibam que corpos travestis podem e devem ocupar novos espaços, que nossas narrativas não são determinadas por pessoas cisgêneras ou pelo sistema. Travesti é sinônimo de poder, intelectualidade, ancestralidade”, destacou ela.

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