‘Namorada levou Wesley ao encontro da morte’, diz advogado de policial que matou jovem na Expoacre
Redação Notícia Imediata
A defesa do policial penal Raimundo Nonato Veloso da Silva Neto, acusado de assassinar o jovem Wesley Santos da Silva, de 20 anos, alvejado com um tiro pelo agente público no dia 7 de agosto do ano passado, nas dependências da Expoacre, se manifestou sobre a decisão que manteve a prisão preventiva em sessão realizada nesta quarta-feira, 5, na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco.
De acordo com os advogados Wellington Frank e Carlos Venícius, que representam o policial penal, Raimundo Nonato está sendo “estigmatizado” pela sociedade com relação ao fato. “O que se conta é que um tarado saiu atirando no Tardezinha [bar instalado na Expoacre durante a feira] e matou um jovem, e não foi isso”, diz o advogado Carlos Venícius.
Segundo o patrono do acusado, os quatro tiros efetuados decorreram de seguidas agressões que ele sofreu da namorada de Wesley, Rita de Cássia, à época com 18 anos, após um desentendimento que começou dentro do bar e que foi levado para a rua.
A mulher, que alegou ter sido vítima de importunação sexual por parte do policial penal, foi atingida por três disparos nos membros inferiores. Em depoimento, ela afirma ter agredido o policial mais de uma vez após ter sido assediada.
A principal alegação da defesa é de que o acusado, ao sacar a pistola munida de 14 projéteis, não teve a intenção de matar as vítimas, mas apenas se defender das agressões, sendo demonstração disso o fato de ter atirado “para baixo”. Para o advogado, o tiro fatal atingiu Wesley um pouco acima da cintura por conta da sua baixa estatura [1,69 m].
“Veja que em nenhum momento o senhor Raimundo Nonato demonstra a intenção de executar ninguém. É só olhar os registros. Ele escolheu mirar e atingir em regiões não letais. Só que, infelizmente, aquele era o dia que a morte tinha marcado para encontrar o senhor Wesley. E ele foi arrastado para esse encontro pela senhora Rita de Cássia”, afirma o advogado.
A decisão que manteve o policial penal preso preventivamente foi do juiz Flávio Mariano Gundim, em audiência de instrução e julgamento do processo realizada nesta quarta-feira, 5, no Fórum Criminal. Resta ainda, após o prazo dado para a defesa fazer as alegações finais, a decisão do Juízo se Raimundo Nonato será ou não pronunciado, ou seja, levado ou não a júri popular.
A defesa também informou que o salário do policial penal foi suspenso no mês passado, resultando em dificuldades financeiras para sua família. “Ele não recebe mais do Iapen. A suspensão do salário é a maior das penalidades. A família agora enfrenta a ausência desse sustento”, enfatizou o advogado Carlos Venícius.
Fonte: ac24horas