‘Namorada levou Wesley ao encontro da morte’, diz advogado de policial que matou jovem na Expoacre

Redação Notícia Imediata

‘Namorada levou Wesley ao encontro da morte’, diz advogado de policial que matou jovem na Expoacre
Publicado em 06/06/2024 às 15:09


A defesa do policial penal Raimundo Nonato Veloso da Silva Neto, acusado de assassinar o jovem Wesley Santos da Silva, de 20 anos, alvejado com um tiro pelo agente público no dia 7 de agosto do ano passado, nas dependências da Expoacre, se manifestou sobre a decisão que manteve a prisão preventiva em sessão realizada nesta quarta-feira, 5, na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco.

De acordo com os advogados Wellington Frank e Carlos Venícius, que representam o policial penal, Raimundo Nonato está sendo “estigmatizado” pela sociedade com relação ao fato. “O que se conta é que um tarado saiu atirando no Tardezinha [bar instalado na Expoacre durante a feira] e matou um jovem, e não foi isso”, diz o advogado Carlos Venícius.

Segundo o patrono do acusado, os quatro tiros efetuados decorreram de seguidas agressões que ele sofreu da namorada de Wesley, Rita de Cássia, à época com 18 anos, após um desentendimento que começou dentro do bar e que foi levado para a rua.
A mulher, que alegou ter sido vítima de importunação sexual por parte do policial penal, foi atingida por três disparos nos membros inferiores. Em depoimento, ela afirma ter agredido o policial mais de uma vez após ter sido assediada.

A principal alegação da defesa é de que o acusado, ao sacar a pistola munida de 14 projéteis, não teve a intenção de matar as vítimas, mas apenas se defender das agressões, sendo demonstração disso o fato de ter atirado “para baixo”. Para o advogado, o tiro fatal atingiu Wesley um pouco acima da cintura por conta da sua baixa estatura [1,69 m].

“Veja que em nenhum momento o senhor Raimundo Nonato demonstra a intenção de executar ninguém. É só olhar os registros. Ele escolheu mirar e atingir em regiões não letais. Só que, infelizmente, aquele era o dia que a morte tinha marcado para encontrar o senhor Wesley. E ele foi arrastado para esse encontro pela senhora Rita de Cássia”, afirma o advogado.

A decisão que manteve o policial penal preso preventivamente foi do juiz Flávio Mariano Gundim, em audiência de instrução e julgamento do processo realizada nesta quarta-feira, 5, no Fórum Criminal. Resta ainda, após o prazo dado para a defesa fazer as alegações finais, a decisão do Juízo se Raimundo Nonato será ou não pronunciado, ou seja, levado ou não a júri popular.

A defesa também informou que o salário do policial penal foi suspenso no mês passado, resultando em dificuldades financeiras para sua família. “Ele não recebe mais do Iapen. A suspensão do salário é a maior das penalidades. A família agora enfrenta a ausência desse sustento”, enfatizou o advogado Carlos Venícius.

Fonte: ac24horas