Assassino de Chico Mendes, Darci Alves virou pastor e usava nome falso antes de assumir presidência do PL

Por Marcos Dione, do Notícia Imediata

Assassino de Chico Mendes, Darci Alves virou pastor e usava nome falso antes de assumir presidência do PL
Reprodução
Publicado em 28/02/2024 às 9:03

O assassino do ambientalista acreano Chico Mendes, Darci Alves Pereira, que atualmente vive no município de Medicilândia, no interior do Pará, virou pastor evangélico e deixou de usar seu nome verdadeiro antes de assumir a presidência municipal do Partido Liberal em janeiro deste ano.

Atuando na Assembleia de Deus da última Hora, Darci se converteu à igreja evangélica e passou a se apresentar como “Pastor Daniel”. Diante disso, nem todos da cidade o conhecem por esse nome de batismo. Por lá, ele também mantém uma fazenda produtora de cacau e gado.

Após a repercussão do caso, o presidente nacional da sigla disse que não tinha conhecimento sobre o envolvimento de Darci na morte de Chico, assassinado em dezembro de 1988. Valdemar da Costa Neto também mandou afastar o homem da presidência municipal do partido.

“Recomendei ao presidente da estadual do PL do Para, deputado Eder Mauro, a imediata destituição de Darci Alves Pereira do cargo, conhecido atualmente como Pastor Daniel. Não tinha conhecimento de que Darci Alves Pereira, que assumiu recentemente a presidência do PL de Medicilândia, no interior do Pará, é o mesmo indivíduo acusado do assassinato do ambientalista ”, afirmou.

Assassinato

Aos 44 anos, Chico Mendes foi morto com um tiro no peito no dia 22 de dezembro de 1988 na casa em que morava com a família em Xapuri, no Acre. Após dois anos, Darci se entregou a polícia frente a uma pressão nacional e internacional sobre o caso.

O agora pastor chegou a confessar o crime em diferentes momentos, um diante do Tribunal do Júri de Xapuri, em 1990. Contudo, depois de seis anos, ele mudou a versão e negou o crime. No mesmo ano, ele e seu pai, Darly Alves da Silva, foram condenados a 19 anos de prisão. Segundo a Justiça, Darci foi o executor e seu pai o mandante.

Eles ficaram presos na penitenciária Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco, mas fugiram em 1993 e ficaram três anos foragidos. Em 1996, a Polícia Federal recapturou a dupla, que foi levada ao Complexo Penitenciário de Segurança Máxima da Papuda, em Brasília.

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