MP recomenda que hospital do interior do Acre garanta aborto para gestantes com fetos sem cérebro

Redação Notícia Imediata

MP recomenda que hospital do interior do Acre garanta aborto para gestantes com fetos sem cérebro
Foto: BBC/COURTNEY HALE/GETTY IMAGES
Publicado em 09/02/2024 às 7:02

A direção do Hospital de Feijó, interior do Acre, foi recomendada a garantir o aborto a gestantes de fetos anencéfalo (sem cérebro) independentemente do tempo de gravidez e o peso fetal. A determinação foi feita após uma moradora do município ter sido encaminhada para Cruzeiro do Sul, cidade vizinha, para interromper a gravidez com má formação no mês de janeiro.

No último dia 3, o MP-AC divulgou que abriu um procedimento administrativo para apurar se a equipe do hospital teria se negado a fazer o aborto, legalmente previsto em lei. Na determinação, o promotor Lucas Nonato definiu que fosse feita uma recomendação ao hospital para a adoção das medidas necessárias e cabíveis à realização de aborto legal, sendo desnecessária qualquer autorização judicial ou comunicação policial.

Em resposta, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) disse que ‘visando garantir uma estrutura adequada e atendimento de qualidade à paciente, a gestão optou por regulá-la para o Hospital Regional do Juruá (HRJ)’, onde o procedimento foi concluído.

A anencefalia é uma malformação incompatível com a vida. É uma condição na qual o bebê nasce com o cérebro subdesenvolvido e sem a calota craniana. Dados do Ministério da Saúde apontam que entre 75% a 80% dos fetos com anencefalia são natimortos, ou seja, morrem ainda no útero. O restante morre dentro de horas ou poucos dias após o parto.

Já nesta quinta-feira (8), o MP-AC publicou a recomendação e deu 10 dias para que a direção responda se acata ou não a determinação. O documento foi enviado para o diretor da unidade de saúde, Wirley Moreira da Silva.

“Acaso não haja resposta no prazo acima mencionado, ou em caso de não acatamento desta recomendação, serão adotadas as medidas judiciais e administrativas cabíveis”, diz parte da recomendação. (g1acre)

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